STATUS DA MULHER

P

ara melhor posicionarmos, a conquista da mulher, especialmente no que tange ao Planejamento Familiar, é fundamental analisar as modificações do seu papel  no modelo tradicional e/ou moderno de família. Naquele, a mulher, segregada em seu papel, era passiva, feminina e desprotegida. Neste, ela se situa em plano de igualdade, em um mundo que lhe é próprio, o do casal , feito de companheirismo e diálogo.

A

 participação da mulher como força de trabalho, fora do lar, e do circulo doméstico, lhe permite compatibilizar este mundo do casal com o mundo do trabalho  e participar da substância  da família, reforçando o seu papel social através da sua contribuição  pessoal à sociedade.

D

 divórcio,  questão de Estado, EUA debate se vale a pena tornar a separação difícil. Se as leis que permitem o divórcio fossem mais rígidas, a família americana seria mais estável? John Engler, o governador do estado de Michigan, acredita que sim. Recentemente apresentou à câmara estadual um projeto para atrasar os ponteiros do relógio e exigir que casais que estejam considerando a separação se submetam a intermediação por terceiros, se isso falhar, que submetam ao estado planejamento detalhando o cuidado e educação de seus filhos . Quando apenas um dos parceiros quiser a separação, terá que provar “causa”, como adultério, abuso físico ou mental ou alcoolismo.

A

 proposta não tem nada de novo. Pouco mais de 25 anos atrás, todos os estados americanos tinham leis similares. Em l969, o então governador da Califórnia, um divorciado chamado Ronald Reagan, assinou a primeira lei instituindo o divórcio sem culpa , desencadeando um a revolução. Durante a década de 70, todos os estados  (com exceção de Nova Iorque) aprovaram leis similares à da Califórnia.

A

s taxas de divórcio explodiram, aumentando 30%  em 25 anos, especialmente durante a década de 70 . Metade de todos os primeiros casamentos  nos EUA acabam em divórcio, a taxa mais alta do mundo.

H

á quem afirme que o crescimento da taxa de divórcio teria ocorrido de qualquer forma, devido aos efeitos econômicos e sociais da entrada em massa da mulher na força de trabalho.

E

nquanto o movimento a favor de leis mais rígidas é liderado por conservadores e grupos religiosos. Até as feministas vêm  algumas vantagens no divórcio mais difícil : as mulheres, geralmente as maiores prejudicadas economicamente  com a separação poderiam exigir  dos maridos termos melhores de divórcio.

C

omo todo movimento gera um anti-movimento, nos Estados Unidos, já há  grupos no país defendendo que, em vez de fazer o divórcio mais difícil, o que deveria ser dificultado é o casamento. Igrejas no pais inteiro requerem hoje que casais se submetam a terapia familiar antes de se casar e, surpreendentemente, 10% desses casais acabam desistindo da idéia antes de chegar ao altar.  (Jornal do Brasil, 21.04.96)